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As barreiras de entrada e a baixa competitividade das empresas de controle de pragas no Brasil.

Ailton Santos
3 min readMay 6, 2021

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Quando falamos em aspectos que fazem um mercado se desenvolver, se comparado a outros mercados, além de analisarmos fatores como regionalização, nível da economia, grau de tecnologia entre outras variáveis, devemos nos atentar à possíveis barreiras de entrada, assim como a competitividade, e os níveis de qualidade de serviço deste mercado.

Neste artigo iremos abordar principalmente estes três últimos fatores, ou seja, barreiras de entrada, a competitividade e os níveis de qualidade do serviço.

Barreira de entrada significa a dificuldade ou as condições que algum agente ou organização precisa resolver ou aceitar para começar a atuar num determinado segmento ou mercado.

Elas são divididas em três categorias básicas:

Financeiras, técnicas e legais.

Quando falamos do mercado de controle de pragas, as categorias técnicas e legais são condições “sine qua non”, ou seja, não só são necessárias, como são pré-requisitos para garantir a segurança de todos.

Sendo assim, vamos argumentar apenas do aspecto financeiro dessa barreira.

De acordo com a pesquisa análise setorial da PHCFoco, empresa especializada em pesquisa e dados do setor de controle de pragas no Brasil, o perfil das empresas que atuam neste mercado é:

92% delas possuem o controle de pragas o principal negócio, 64,45% possuem de 10 a 29 anos de existência e 57,78% delas possui de 4 a 19 colaboradores.

Fonte: http://www.analisesetorial.com.br/ Pesquisa gestão e tecnologia — Resultados 1 e 2 dados abertos

Apesar de ser empresas que já possuem anos de existência, quando o assunto é faturamento, a maioria se enquadra como ME ou EPP, sendo caracterizadas como empresas pequenas e médias.

Dito isto, a dificuldade de fluxo de caixa para a grande maioria delas é um ponto importante e se caracteriza como o principal motivo que as impedem de acessar os grandes contratos, pela necessidade de compra de vários equipamentos, como armadilhas luminosas, por exemplo e ter de cedê-los aos clientes no regime de comodato, que nada mais é do que um aluguel deles, descasando o fluxo de caixa. Desta forma, as empresas acabam por financiar esses contratos com recursos próprios na expectativa de que eles durem um longo período e gerem lucros satisfatórios.

Além disso, existe alguns grandes contratos com prazo de pagamentos demasiadamente altos, fazendo com que estas empresas menores tenham um desembolso de capital com pagamento de salários e insumos, em média muito menor do que o prazo de recebimento das mensalidades do contrato.

Em relação à concorrência, as barreiras de entrada citadas anteriormente reduzem significativamente a competitividade em nesses grandes contratos, fazendo com que pouquíssimas empresas possam competir em pé de igualdade por eles. Isso na grande maioria das vezes faz com que o cliente final, por falta de competitividade, pague um valor acima do valor justo de mercado para esse tipo de serviço.

Portanto, uma possível solução para esse problema seria adequar a oferta a demanda desses serviços, inserindo mais empresas para concorrerem em pé de igualdade as demais, reduzindo o preço e mantendo ou aumentando a qualidade dos serviços prestados.

A fim de baratear seus custos, na grande maioria das vezes, estas empresas acabam contratando profissionais e fazendo um treinamento muito ineficaz, as vezes nem o faz e isso implica diretamente na qualidade dos serviços prestados que na média oscila entre o razoável e o bom.

A pergunta de um milhão de dólares é: como melhorar isso?

A resposta não é simples, mas um caminho seria aumentar a transparência e o profissionalismo do setor, padronizando as informações para obtenção dos orçamentos, assim como classificando os fornecedores de acordo com sua trajetória, certificações, NPS dos serviços e nível de preço, claro.

Isso é o que fazemos na greenddt. Ajudamos os parceiros a competir em pé de igualdade com os grandes players desse mercado, reduzindo as barreiras de entrada através de acordo comerciais com grandes fabricantes de pesticidas e equipamentos a fim de que nossos parceiros possam prosperar e investir cada vez mais na capacidade técnica de seus colaboradores e assim oferecer produtos e serviços de mais qualidade a um preço mais competitivo.

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Ailton Santos

Founder and CEO at greenddt, pest control marketplace.